ASPIRAÇÃO
Uma aspiração nasce por algo que desejamos ser ou queremos ter. Uma aspiração, contudo, não é um desejo comum. Uma aspiração é por algo tão bom que querer ter-la não é apenas permitido e inofensivo, mas também desejável.
Uma aspiração nasce por algo que desejamos ser ou queremos ter. Uma aspiração, contudo, não é um desejo comum. Uma aspiração é por algo tão bom que querer ter-la não é apenas permitido e inofensivo, mas também desejável.
Sri Aurobindo chamou as emoções de parte vital do ser. Vital significa essencial. Para entender por que as emoções são essenciais, observemos a vida de um animal. Sua vida gira em torno de comida e sexo. A comida é vital para a sua sobrevivência e o sexo para a continuação da espécie. Ao vincular essas duas necessidades às emoções, a natureza garantiu a sobrevivência do indivíduo e também da espécie. Quando um animal está com fome, ele sofre; quando encontra comida, fica feliz.
Os seres humanos têm a duvidosa reputação de superioridade sobre os animais por não compartilharem com eles sua tendência à preocupação. Hoje em dia, os apresentadores de telejornais usam tanto a palavra preocupação, seja falando sobre o tempo, o bem-estar ou as armas, que dá a impressão de que quem não se preocupa com uma coisa ou outra é culpado de negligenciar um dever importante. A preocupação é um produto da mente. Os seres humanos têm uma mente muito mais desenvolvida do que a dos animais, e é por isso que o homem se preocupa, enquanto os animais não.
Todos devem trabalhar, essa é a ordem emitida por Sri Krishna no Gita (3:20-22). Para dar o exemplo, Ele também trabalha mesmo sem precisar. Isso não significa automaticamente que toda atividade seja uma oferenda ao Divino. O que torna uma atividade uma oferenda ao Divino é a atitude e o espírito com que ela é realizada. Torna-se uma oferenda quando é feita com a atitude de não ser o criador, mas simplesmente um instrumento do Divino.
A palavra mantra, originalmente uma palavra sânscrita, tornou-se agora uma palavra universal e entrou nos dicionários de muitas línguas, incluído o português. Combina duas raízes: man (mente) e tra (veículo ou instrumento). Um veículo é usado para viajar e é provável que a palavra «travel» («viajar» em inglês) também tenha origem na raiz sânscrita tra. Assim, o mantra é uma expressão que resulta da viagem da mente para outra dimensão, uma dimensão da consciência além daquela da mente comum. O mantra também tem o poder de transportar qualquer pessoa que o recite para um estado mais elevado de consciência.
Diz-se que a limpeza está praticamente à altura da devoção. No raja yoga de Patanjali, shaucha (limpeza) é um dos niyamas (princípios a seguir). Para compreender o significado total da limpeza, é importante ter em mente que, em primeiro lugar, o significado da limpeza vai além da saúde e da doença; e em segundo lugar, a limpeza não é apenas externa, mas também interna. A limpeza externa não é apenas a limpeza do corpo ou da vestimenta, mas também do ambiente.
Desde a infância, quando podemos decidir tomar sorvete, mas não comer vegetais verdes, até a velhice, quando podemos decidir optar pelo tratamento ayurvédico em vez do alopático, a vida é uma série de decisões. Algumas decisões, como a carreira ou o parceiro de vida que escolhemos, têm implicações de longo alcance. Ainda mais vitais do que todas estas decisões são aquelas que envolvem escolher o certo do errado, o bom do mau. Vejamos como tomamos tais decisões e por que estas são mais vitais do que quaisquer outras decisões que tomamos.
No Yoga, o termo cultura física é usado para designar tudo o que podemos fazer para nos mantermos saudáveis. A cultura física inclui os conhecidos asanas (posturas) e pranayamas (práticas respiratórias) e muito mais. Por exemplo, comer os alimentos certos, na quantidade certa, nem demais nem de menos, também faz parte da cultura física. Embora comer bem e com sabedoria seja bom, também é importante não consumir nada que possa nos prejudicar, como tabaco ou álcool. Ainda outro aspecto importante da cultura física é dormir bem durante a duração certa, nem muito nem pouco. Todos os aspectos da cultura física são atualmente populares como fatores de estilo de vida relevantes para a saúde e a doença.
Literalmente, niyama significa regra. No yoga de Patanjali, também chamado de Raja Yoga, existem cinco niyamas ou práticas que devem ser observadas por meio do autocontrole e autopurificação preliminares, que devem preceder às técnicas especializadas como asanas (posturas físicas) e pranayama (práticas respiratórias). Os cinco niyamas são shaucha, santosh, tapas, swadhyaya e ishwar pranidhana (“Yoga Sutras de Patanjali”, 2:32).
Quando uma pessoa morre, algo misterioso e invisível escapa dela, deixando para trás o corpo sem vida. A entidade sutil, misteriosa, invisível e ainda assim muito importante que escapa pode ser chamada de “força vital” ou prana. Quando uma pessoa está viva, a manifestação mais visível do prana é a respiração. Pranayama significa literalmente controle do prana. Um Yogui pode controlar todas as operações do prana. Mas, popularmente, pranayama refere-se a práticas nas quais a frequência, a profundidade e o padrão da respiração são regulados voluntariamente de uma maneira específica. Embora o pranayama tenha sido mencionado pelo Gita (4:29) e por Patanjali em seus Yoga Sutras, as práticas respiratórias populares chamadas pranayama derivam do Hatha yoga.
Raja yoga, literalmente o caminho real do yoga, também é conhecido como yoga de Patanjali ou ashtanga yoga. Patanjali (século IV dC) condensou o conhecimento do yoga desde seu ponto de vista em seus 192 aforismos curtos, mas densamente compactados, comumente chamados de sutras. Nestes sutras, ele dividiu o yoga em oito membros, daí o nome ashtanga (ashta, oito; anga, componente) yoga (Yoga Sutras de Patanjali, 2:29). Yoga é um processo de autoaperfeiçoamento que afeta todas as partes do ser. As escolas especializadas de Yoga enfatizam o aprimoramento de uma ou outra dessas partes. Em contraste com o hatha yoga, que enfatiza o aprimoramento do corpo, o raja yoga se preocupa principalmente da melhora da mente.
Yoga é a busca pelo autoaperfeiçoamento. A autoperfeição pode ser vista desde vários ângulos: físico, emocional ou intelectual. A escola de yoga que foca na perfeição física é o Hathayoga. Os textos clássicos de hatha yoga são Hathayogapradīpīkā e Gheraṇḍa Saṃhitā. As principais técnicas utilizadas pelo Hathayoga são Asanas (posturas) e pranayamas (disciplinas respiratórias).
Roma não foi construída em um dia. O longo tempo que leva para fazer qualquer coisa de valor duradouro é em si um impedimento. Além disso, a jornada do início ao fim não é tranquila. Existem bloqueios de estradas e engarrafamentos, que testam a paciência. Portanto, a única qualidade necessária para alcançar a meta em uma longa jornada é seguir em frente, não importa quanto tempo demore. Isso é perseverança.
Gratidão é uma atitude de agradecimento. Há muito pelo que cada um de nós deve ser grato. Além de pais e professores, que fizeram muito por nós, há tantos outros que nos ajudaram em situações de desamparo ou derramaram bondade imerecida sobre nós ao longo de nossas vidas. Acima de tudo, devemos ser gratos a Deus por trazer tantos instrumentos úteis em nossas vidas e por Seu infinito amor, misericórdia e perdão. Uma vez perguntaram a Dada Vaswani se contar ovelhas era uma boa maneira de adormecer. Ele respondeu que contar nossas bênçãos seria melhor.
A humildade é uma virtude que deve vir naturalmente. Logo no nascimento de um bebê humano, o Divino confere à criança indefesa o direito de pertencer a um clube exclusivo – o clube da humanidade. A entrada sem esforço, em vez de inspirar gratidão e humildade, induz com mais frequência o instinto do direito e a consequente arrogância. O resultado é o abuso da associação que deveria fornecer os pré-requisitos para o crescimento da consciência. A verdadeira humildade vem da percepção de que a pessoa não é apenas trazida ao mundo pelo Divino, mas também sustentada, nutrida e abençoada com alguns talentos únicos pelo Divino
Quando terminamos uma carta com «sinceramente», é quase um reflexo. Raramente pensamos no que isso significa, como é difícil ser sincero e, portanto, quão rara é a sinceridade total. Nos assuntos comuns do dia a dia, sinceridade significa dizer o que pensamos e fazer o que dizemos. A sinceridade implica a ausência de pretensões. A falta de sinceridade é uma forma sutil de engano. Como a caridade, a sinceridade começa em casa. Temos que primeiro aprender a ser sinceros com nós mesmos.
Deus está em toda parte e, no entanto, está escondido de maneira tão eficaz que uma vida inteira geralmente não é suficiente para encontrá-lo. Embora realização de Deus, em última instância, requeira da Graça Divina, o buscador é capaz de apreciar alguma ajuda durante a longa jornada. Sri Aurobindo enumerou quatro ajudas para o buscador: o Guru é uma delas, as outras três são conhecimento, esforço e tempo.
Muitas vezes nos perguntamos se todos nós temos uma alma, que é uma centelha do Divino, porque existe uma gama tão ampla de caráter humano, do cruel ao compassivo, do avarento ao generoso e do egoísta ao altruísta. A variedade pode ser explicada em termos de até que ponto a divindade inerente a cada um de nós se expressa. Além disso, o Vedanta nos ensina que cada indivíduo está em uma jornada semelhante enquanto vive uma vida humana neste mundo, sendo o propósito da jornada expressar mais de sua divindade oculta. Cada passo que uma pessoa dá em direção ao cumprimento do propósito da vida a aproxima da meta, que é expressar plenamente a divindade. Aproximar-se do objetivo também é chamado de crescimento espiritual ou elevação da consciência. O Vedanta também nos assegura que a jornada poderia não ser, e geralmente não pode ser, completada em uma única vida, mas eventualmente todos irão completá-la em alguma vida subsequente.
“Todo o mundo é um palco, e todos os homens e mulheres são apenas atores”, escreveu Shakespeare. Com milhões de atores participando por milhões de anos, a complexidade da peça acontecendo no mundo está realmente além da imaginação humana, muito menos da compreensão. No entanto, videntes e místicos ao longo dos tempos foram capazes de nos dar um vislumbre do que se trata a peça e quais são as regras do jogo. Para cada indivíduo vivo hoje, o «Ato I – Cena I» começou há muito tempo, e a cena final será: «viveram felizes para sempre». Entre o começo e o fim, podem existir milhares de vidas. A peça em cada vida começa com um enredo pré-concebido, mas não há um roteiro pré-determinado. O desenrolar da peça está, pelo menos em parte, em nossas mãos
Integral significa literalmente total ou completo. Uma entidade é considerada integral se não tiver nada faltando. Às vezes usamos a expressão “parte integral”, por exemplo o animal de estimação tornou-se parte integral da família. O que a expressão significa é que o todo não está completo sem a parte, por exemplo, neste caso, a família não está completa sem o animal de estimação.
Ananda, ou bem-aventurança, é um estado de felicidade suprema. Sat (Verdade), Chit (Consciência) e Ananda (Felicidade), as três juntas, descrevem a Deus (Sachhidananda). A felicidade depende da ausência de tristeza. Mas Ananda não tem tal oposto, ou como Sri Aurobindo escreve em Savitri, “Uma Alegria que não trai a tristeza como sua sombra” (Livro 1, Canto 4, p. 52). Ananda não depende da presença ou ausência de algo. Ananda é o deleite auto-existente.
Evolução significa desenvolvimento gradual, e geralmente está implícito que o desenvolvimento está na direção de uma maior complexidade e qualidade. Baseado no Vedanta, Swami Vivekananda elaborou uma visão espiritual da evolução. Um pouco mais tarde, Sri Aurobindo foi mais longe e propôs uma explicação invencível e completamente argumentada da evolução e suas implicações para a vida humana, como ela é hoje e como poderia ser no futuro.
Embora o Gita seja altamente reverenciado como uma escritura, não é levado a sério como um livro de yoga. Mas se o Yoga é o caminho para se aproximar conscientemente do Divino, o Gita não é apenas um dos livros mais antigos, senão um dos livros de Yoga mais amigáveis para os alunos. Seu contexto é o de uma história, o que torna interessante até mesmo um assunto complexo. A trama é a de um problema que Arjuna está enfrentando – a incapacidade de escolher entre dois cursos de ação, ambos corretos à sua maneira
Como resultado de um grau extremo de autolimitação, a Consciência Suprema se manifestou como matéria. Começou então o processo de evolução, pelo qual a Consciência adormecida na matéria foi se revelando passo a passo. O primeiro salto da evolução foi o aparecimento da vida. As criaturas que tinham vida eram feitas de matéria, mas nesta matéria havia despertado uma centelha da Força Vital, ou Prana. Prana fez a “matéria inerte” revelar qualidades que identificamos com a vida. A matéria não era mais um objeto estático; agora era uma máquina dinâmica. Vejamos que façanhas incríveis esta máquina poderia fazer porque agora estava carregada de Prana.
Raja yoga, ou yoga de Patanjali, também é conhecido como ashtanga yoga (ashta, oito; anga, componentes) porque Patanjali organizou o conhecimento sobre o yoga da perfeição mental em oito componentes, ou membros (Patanjali’s Yoga Sutras, 2:29). O primeiro dos oito membros do ashtanga é «Yama». Yama significa literalmente controle ou restrição. Existem cinco yamas, ou coisas que não devem ser feitas.
Yoga é mudança. Yoga é mudar para melhor. Yoga é uma mudança para melhor que afeta o corpo, a mente e o intelecto. A mudança para melhor é chamada de melhora. Yoga é um caminho de autoaperfeiçoamento. Yoga é um caminho de autoaperfeiçoamento que trabalha sobre o corpo, a mente e o intelecto. A melhora é uma jornada sem fim. Depois de alcançar algumas melhoras, sempre há espaço para mais. O ponto além do qual nenhuma melhora adicional é possível é a perfeição. A perfeição é o objetivo da jornada de autoaperfeiçoamento. A perfeição é o ponto de referência, em relação ao qual toda melhora deve ser perseguida e avaliada. Felizmente, temos esse ponto de referência dentro de nós. O ponto de referência é a nossa essência divina, a alma.
O Bhagavad Gita (canção divina), popularmente chamado apenas de Gita, é uma das escrituras mais reverenciadas da tradição hindu. Também tem sido objeto de um número extremamente grande de comentários e interpretações.
A palavra yoga evoca algumas imagens muito contrastantes e aparentemente inconciliáveis. A mais comum delas é a de algumas técnicas como asanas, pranayamas e meditação. A outra imagem é a dos Yoguis que renunciaram à vida, que estão na busca espiritual e passam longos anos nas montanhas ou em uma caverna em busca de Deus. Hoje em dia, também está na moda descrever o Yoga como um modo de vida. Cada uma dessas imagens contém uma certa verdade e não é tão difícil conciliá-las quanto parece. Vejamos como podemos conciliar técnicas, renúncia, Deus, e um modo de vida.
A palavra «espiritualidade» foi derivada da palavra «espírito». O espírito é invisível, ou pelo menos não evidente, e ainda é algo vital, algo que poderíamos chamar de essência. Por exemplo, quando dizemos que o espírito do pintor está na sua pintura, o que queremos dizer é que, mesmo que o evidente seja apenas uma paisagem ou um retrato, uma parte do pintor está também presente na pintura.