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ANANDA

A Felicidade Suprema

por Dr. Ramesh Bijlani

Quando você está alinhado com a verdade de quem você realmente é, então você experimenta a bem-aventurança.

Vivian Amis

Ananda, ou bem-aventurança, é um estado de felicidade suprema. Sat (Verdade), Chit (Consciência) e Ananda (Felicidade), as três juntas, descrevem a Deus (Sachhidananda). A felicidade depende da ausência de tristeza. Mas Ananda não tem tal oposto, ou como Sri Aurobindo escreve em Savitri, “Uma Alegria que não trai a tristeza como sua sombra” (Livro 1, Canto 4, p. 52). Ananda não depende da presença ou ausência de algo. Ananda é o deleite auto-existente. Embora Ananda exista apenas no Divino, o ser humano pode experimentá-la porque é também uma manifestação do Divino. Um individuo experimenta Ananda quando não tem desejos. Se uma pessoa gosta muito de sorvete, uma bola de sorvete pode dar a ela uma experiência de Ananda. Ela pode pensar que Ananda reside no sorvete. Se assim fosse, uma bola de sorvete quatro vezes ao dia deveria mantê-la em felicidade perpétua! Mas isso só fará com que a magia do sorvete desapareça; agora, em vez de felicidade, o sorvete pode trazer tédio. A «breve felicidade’ proporcionada por uma quantidade ocasional de sorvete se deve a que, durante esse curto período, a pessoa fica tão satisfeita que não quer mais nada. Ela está totalmente absorvida pelo sabor do sorvete. Todos os outros pensamentos e desejos foram expulsos da mente da pessoa. É isso que leva a pessoa ao estado de felicidade suprema que beira o Ananda. Em uma passagem do Taittiriya Upanishad foi feita a comparação entre o Ananda associado à ausência de desejo e a felicidade trazida pelos confortos físicos. E mais ou menos assim: Imagine uma pessoa que tem juventude, força, conhecimento e uma riqueza incalculável. Suponha que esta pessoa tenha uma unidade de felicidade. Então, aquele que não tem desejos tem vinte unidades de felicidade elevadas à décima potência (Taittiriya, 2(8):1-4).

(Ensaios relacionados: Prazer, Desejos, Felicidade, Alegria)